Peterson Azevedo |
Nietzsche, uma certa feita, nos relatou que “quem for fundamentalmente um mestre, apenas toma a sério tudo o que se relaciona com os seus discípulos, - incluindo a si próprio”.
Quando conheci Antonio Lázaro da Cruz, para os amigos simplesmente Cacau e para os músicos e artistas o Mestre Popular do Pandeiro, não esperei que fosse conhecer um mundo repleto de fantasia, dores, amores e poesia.
O vocábulo “amador” deriva da palavra amor e apesar de já ter feito várias parcerias pelo mundo afora com grandes nomes da música nacional e internacional, é assim que vejo o Mestre Cacau, um amador, ou melhor, um amante de sua própria existência, seja ela como artista, pai ou homem. Exposição no Parque das Ruínas |
Qualidade daquilo que é simples, ausência de complicação, naturalidade, candura, pureza, sinceridade, confessa seu amor com toda a tranqüilidade ou apenas simplicidade foram essas coisas que me motivaram a realizar um ensaio e deixar esses fotogramas perpetuarem sua história, deixar no tempo esses momentos decisivos, que estão recheados de luta, luz e filosofia.
Cacau nos surpreende a cada momento, a todo instante, seja com sua fala pausada e rouca, seja com a velocidade de seus toques e pancadas no couro de carneiro do seu pandeiro, seja no simples olhar distante de quem quer puxar da memória os seus tempos idos de boemia e musicalidades, que outrora encheram os corações dos urbanóides de alegria e paixão, seja para lembrar-se do seu repertório que irá executar logo mais em um show. Peterson Azevedo |
Na verdade, não aceitei fazer parte deste projeto, fui raptado pelas histórias que foram se descortinando em minha frente e, então, não pude resistir aos diversos tsunamis de contos, encantos e desencantos de um grande Mestre Popular da música brasileira. Para Cacau, entendo, sim, que suas homenagens devam ser feitas de corpo presente, em vida, para que as lágrimas inundem nossos corações e que possamos retribuir também em vida, no presente, as alegrias que um dia nos foram dadas por esse grande poeta. Termino estes rabiscos também com Nietzsche que nos disse: “para a maioria, quão pequena é a porção de prazer que basta, para fazer a vida agradável”.
Por: Peterson Azevedo
Fotos: Joalva MoraesPostado originalmente por Cabeça-Feita Produções
Èr o cara sempre . lembranças ficou do tempo que ele era meu professor no " Colégio Estadual Kleber Pacheco "
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