Negritude, História e Polêmicas
Por: Joalva Moraes
A Festa Literária continua pelas ruas de Cachoeira. Estudantes de todas as idades participaram das diversas atividades promovidas pela Flica, no Conjunto do Carmo, no Centro Histórico.
A mesa matutina, mediada pelo diretor teatral e ex-Secretário da Cultura da Bahia Márcio Meirelles, foi emocionante. A juíza Luislinda Valois empolgou a plateia com seu discurso afirmativo e consciente da importância da luta por melhores condições para os afrodescendentes: “O negro já nasceu condenado. Para que isso mude, ele precisa lutar com a força que tem para que os governantes melhorem a sua condição de vida. Vamos buscar o que é nosso. Esse é o nosso dever”.
O historiador Joel Rufino dos Santos considerou que, em nossa sociedade, existem muitas contradições, sendo a questão racial uma delas. Ele acredita que o sistema de cotas para negros é um avanço da democracia brasileira.
O comercial da Caixa Econômico, no qual um ator branco atuou como Machado de Assis, foi sinalizado pela escritora Ana Maria Guimarães como um exemplo de negação de todo passado histórico do negro no Brasil.
À tarde, o cientista social e escritor Nei Lopes contou como o samba carioca está presente em seus livros. Ele disse que decidiu escrever ficção porque ela é “a forma, intelectualmente, espairecer, brincando com as informações e conhecimentos adquiridos.
Discussões acaloradas entre os debatedores e citações polêmicas acerca da existência do racismo no Brasil e da eficiência da política de reparação. Participaram: Nei Lopes (palestrante da tarde), Rodrigo Constantino – economista e Liv Sovik – professora doutora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O mediador foi Aurélio Schommer.
E para aliviar as tensões, o Samba de Roda do Recôncavo fechou o quarto dia da Flica, dedicado as questões étnico-raciais. O samba de roda cachoeirano de D. Dalva levou tradição e elegância para o Palco Cachoeira.
Fotos: Peterson Azevedo
Edição: Geraldo Seara
Fotos: Peterson Azevedo
Edição: Geraldo Seara
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