segunda-feira, 23 de maio de 2011

FORMATURA DE INDÍGENAS BAIANOS

Bahia é pioneira:
a cerimônia de formatura foi realizada no Instituto Anísio Teixeira, em Salvador
 100 INDÍGENAS BAIANOS RECEBEM
DIPLOMA DE MAGISTÉRIO INTERCULTURAL

Vestidos a caráter, 100 índios baianos receberam, nesta sexta-feira, o diploma do magistério intercultural indígena. A cerimônia de formatura foi realizada no Instituto Anísio Teixeira (IAT), em Salvador, com a presença do governador Jaques Wagner e do secretário estadual da Educação, Osvaldo Barreto.

Com a especialização, os novos professores garantem aos seus alunos um ensino de qualidade, com uma pedagogia voltada ao resgate da cultura e das tradições indígenas.

A recém-formada Cristiane Jandaia, da tribo Pataxó do município de Prado, mesmo antes de fazer o curso de magistério costumava ministrar aulas na aldeia. Porém, sem uma formação específica, não conseguia relacionar os assuntos escolares com a cultura indígena.

Educação diferenciada – Agora, formada, ela explica que fazer o plano de aula levando em consideração a cultura dos índios ficou muito mais fácil.

"Precisamos oferecer ao nosso povo uma educação diferenciada para que possamos manter viva a nossa história. O curso de magistério nos ajuda neste trabalho, e a especialização a desenvolver melhor as aulas, sem precisar fugir dos costumes do nosso povo."

Com esta formatura, a Bahia passa a ter 170 professores com magistério intercultural indígena. Há ainda 108 professores com a licenciatura em curso, na Universidade Estadual da Bahia (Uneb), e 80 no Instituto Federal da Bahia (Ifba).

Em todo o estado, existem 60 escolas indígenas, distribuídas em 12 povos e 22 municípios, que atendem a 7.730 alunos.

Pioneirismo – O secretário Osvaldo Barreto explicou que a Bahia foi pioneira na aprovação da lei que institui a carreira de Professor Indígena no quadro do Magistério Público do Estado.

Ele informou que o governo está estadualizando escolas indígenas, hoje sob a responsabilidade dos municípios, a fim de garantir melhor continuidade das políticas públicas de educação indígena.

O projeto de lei prevê a construção de uma educação diferenciada, específica e com qualidade, resultante do exercício partilhado com os índios. A linguagem, o método e a formatação de ensino, direcionados especificamente para os índios, passam a ser peças fundamentais no entendimento e preservação da cultura indígena.

O governador Jaques Wagner afirmou que o magistério intercultural foi uma demanda dos povos indígenas, que sentiram a necessidade de oferecer uma educação mais especializada aos índios. "Eu entendo que o resgate e a manutenção da cultura indígena são uma responsabilidade dos governantes. Então, estamos dando a formação para ter estes costumes preservados."

Audiência – Além da formatura, os índios também participaram de uma audiência com o governador e secretários estaduais, a fim de avaliar o Plano de Trabalho Operativo (PTO), garantindo ações de desenvolvimento nas comunidades indígenas.

De acordo com o secretário da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Estado, Almiro Sena, desde 2007, houve avanços em diversos setores, beneficiando os povos indígenas.

Ele destacou a construção de escolas, a ligação de rede elétrica nas comunidades, a realização do curso de pesca e manutenção de motores, e a implantação do Centro Digital de Cidadania.

FONTE: Diário Oficial do Estado da Bahia, 21 e 22 de maio de 2011.

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A propósito, o programa DOIS DEDOS DE PROSA da TV ANÍSIO TEIXEIRA, em sua edição nº 12, teve como tema a EDUCAÇÃO INDÍGENA. Participaram do programa os especialistas e pesquisadores Rosilene Tuxá e Jucimar Pereira dos Santos, ambos membros da Coordenação de Educação Escolar Indígena da Secretaria da Educação. O Território de Identidade homenageado na referida edição foi o de Itaparica, que abrange municípios da Bahia e de Pernambuco.


Geraldo Seara

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