quinta-feira, 30 de setembro de 2010

PRÉ PRODUÇÃO MUCUGÊ

Mucugê é Bahia Assim

Joalva Moraes e Claudia Pessoa

Saímos de Salvador, no final da manhã de uma quinta-feira, 16 de setembro, em direção à cidade de Mucugê, Chapada Diamantina. A expectativa era de chegarmos quase à noite. E assim se deu. Chegamos, aproximadamente, às 17h30.

Mucugê é um lugar tranquilo e bastante aconchegante, tombado pelo Patrimônio Histórico. Possui cerca de 15.000 habitantes, está a 1.000m de altitude e detém 52% da área do Parque Nacional da Chapada Diamantina. Suas principais atividades econômicas são o agro-negócio, cultivo de flores e turismo.

Seu casario de estilo colonial forma um invejável conjunto arquitetônico totalmente preservado. Suas ruas são muito limpas, chamando a atenção para os jardins e canteiros bem floridos. Além da igreja que está situada na entrada da cidade, Mucugê oferece locais de rara beleza, como cachoeiras, paisagens, vales e muita história como das lutas pela posse do garimpo, de defesa contra a invasão da Coluna Prestes e de destemidos coronéis que eram respeitados pelo poder e riqueza.


A flora está repleta de lindas e raras espécies vegetais, como bromélias, canelas-de-ema, begônias e as famosas orquídeas. A fauna apresenta vários tipos de aves, destacando o beija-flor, a sariema, a perdiz, o sabiá. O clima serrano traz temperaturas amenas, mas, para aqueles que não estão acostumados, a sensação de frio é bastante intensa.

Todas essas espécies vegetais e animais podem ser encontradas no Parque Municipal de Mucugê, onde também se pode conhecer o Projeto Sempre Viva e o Museu Vivo do Garimpo. Esse Parque possui uma área de 270 ha e desenvolve várias atividades, tais como: pesquisa em parceria com a Universidade Estadual de Feira de Santana ( UEFS ) para a reprodução de uma espécie endêmica de sempre viva (Syngonanthus mucugensis A.Giulietti) que está ameaçada de extinção; geoprocessamento e confecção de mapas temáticos de todo o município de Mucugê, do Parque Nacional e de várias outras localidades da Chapada Diamantina. Além disso, promove ações relacionadas à Educação Ambiental com as escolas do município, vários colégios públicos e particulares de cidades vizinhas, do Recife e de Salvador, incentivando a preservação do meio ambiente, através do turismo pedagógico, da trilha noturna e da trilha dos polinizadores. O herbário do Parque conta hoje com mais de mil plantas já catalogadas e identificadas. Localizam-se, nessa área, as cachoeiras da Piabinha e do Tiburtino (pauta do quadro Aqui é Massa!), que fica a 2 Km da base do Projeto e possui uma trilha plana de 1,5 Km, em meio às ruínas das locas de antigos garimpeiros.




Joalbo Moraes, Jô Moraes e Aloisio ParaguassuEm Mucugê, existem pessoas inusitadas, como o senhor Aloísio Paraguassu ou Seu Loi (pauta do quadro Anônimos), um movimentador cultural, criador do “Macutum Zê Zê” e de “Os Cão de Loi”, manifestações populares tradicionais da cidade, inspiradas em histórias de origem negra, que ele costumava ouvir na infância. Seu Loi também idealizou um carrinho que carregava os bêbados para suas casas, do grupo dos Cangaceiros que sai sempre no dia 23 de junho e das comemorações em homenagem a São Batoré, santo também criado por ele.

Outro exemplo marcante é a senhora Laurinha, 84 anos, uma das moradoras mais antigas da cidade e dona da Pharmacia Gabriela. Ela sabe contar toda a história do lugar, sem se esquecer de nenhum detalhe, uma vez que se mantém atualizada ao anotar todos os eventos importantes ocorridos nesse município, numa velha caderneta. Bastante conservadora, D. Laurinha não se permite ser fotografada, filmada ou que se anote ou grave qualquer informação fornecida por ela.

A história da cidade de Mucugê começa com o garimpo, mas hoje a sua principal atividade econômica é a agricultura, em especial, os cultivos da batatinha, considerada uma das melhores do país, café e trigo.

A Igreja Matriz de Santa Isabel, datada de meados do século XIX, o “L” histórico, que une esta Igreja à de Santo Antônio, passando pelo conjunto arquitetônico, ruas calçadas e muros de pedra, o Cemitério Bizantino, o único existente nas Américas em estilo Gótico Bizantino e tombado pelo IPHAN, são elementos que recontam a história desse lugar. Mas não é só isso, sítios arqueológicos revelam a arte pré-histórica das pinturas rupestres, produzidas há mais de 5 mil anos.



O tempo foi pouco para darmos conta de tanta riqueza da natureza, da história e da cultura. Entretanto, aproveitamos esses três dias ao máximo. O resultado desse trabalho intenso, cansativo, mas muito prazeroso vocês conferem no Alamanaque Viramundo. Porque a Chapada que brilha como um diamante é a Bahia Assim!


 

FOTOS: PETERSON AZEVEDO
EDIÇÃO: GERALDO SEARA

terça-feira, 21 de setembro de 2010

CAMPANHAS E INTERPROGRAMAS

Marcus Leone, interpretado por Geize Gonçalves.CAMPANHAS PUBLICITÁRIAS EDUCATIVAS E INTERPROGRAMAS DA TV ANÍSIO TEIXEIRA.

A publicidade hoje, além de sua perspectiva mercadológica – divulgação e venda de produtos – assumiu também, de forma efetiva, um caráter educativo e pedagógico extremamente importante em nossa sociedade. A partir da criatividade, poder de envolvimento, persuasão e convencimento inerentes à linguagem publicitária, verifica-se que valores éticos, culturais e informações de utilidade pública são transmitidos ao público alvo e assimilados por este de forma impactante e prazerosa. Tais valores são propagados e estes visam propor modelos de referência ética e comportamental, numa lógica de sensibilização, conscientização e educação cidadã. Dessa forma, percebe-se a relevância dos processos pedagógicos eficientes nas construções publicitárias e estes devem sempre nortear nossas campanhas educativas. Nesse sentido, as peças publicitárias a serem propostas pela TV Anísio Teixeira visam conseguir junto ao público alvo: mudanças afirmativas de hábitos no que tange as relações intra e interpessoais, promoção da cultura participativa, o exercício da cidadania, conscientização para a promoção de uma vida saudável, tanto individual quanto coletiva, atenção para as questões ambientais, de saúde e sexualidade e direitos humanos.

Clique na foto para ver o vídeo.As Campanhas Educativas irão propor benefícios sociais abordando os seguintes eixos temáticos: saúde, sexualidade, questões ambientais, cidadania, valorização e formação do educador e direitos humanos. Já os interprogramas Etnomatemática, Meu avô o circo, Poesia de cada dia, e Questão de língua promoverão momentos de magia, cultura, beleza, comunicação, alegria, sensibilidade e raciocínio lógico entre um programa e outro da TV Anísio Teixeira.

Sendo assim, entende-se que o caráter pedagógico nas campanhas educativas e nos interprogramas é extremamente relevante para legitimar e impulsionar a cidadania.

Clique aqui para ver o vídeo.É nessa perspectiva diferenciada, visando temáticas de utilidade pública e emancipação cidadã que a publicidade da TV Anísio Teixeira, a partir da criatividade e da dinamicidade presentes em seu formato (spot, pílulas) propõem o estabelecimento de diálogos mais amplos com os diversos setores da sociedade, objetivando a construção de saberes, numa lógica não comercial que contemplem os objetivos sócio-educativos e culturais da comunidade escolar e da sociedade baiana como um todo.

Marcus Leone O. Coelho
Coordenador Pedagógico das Campanhas Educativas

P.S. A foto de Marcus (alto, à esquerda) foi recriada pela designer Geize Gonçalves, fazendo jus ao Bob Marcus, novo nome do nosso colega.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

GINGA: CORPO E CULTURA






























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A Educação Física no Brasil até o século XX era vista como um treinamento militar. Tempos depois, a partir da concepção higienista, a Educação Física volta-se para a saúde do corpo e prevenção de doenças. Na contemporaneidade ela busca construir conhecimentos sobre si, do potencial, da criticidade a partir da vivência corporal de diversas manifestações culturais. Desta premissa, nasce o Ginga Corpo e Cultura, programa que pretende problematizar reflexões críticas sobre a prática pedagógica da Educação Física, sob a ótica da cultura corporal e esportiva produzidas pela humanidade.

O Ginga busca estabelecer e ampliar a interlocução entre os docentes da educação básica, a universidade e comunidade escolar como um todo. Para tanto, fundamenta-se nos PCNs (1997) – Parâmetros Curriculares Nacionais, destacando a Educação Física. Este documento conceitua a Educação Física como uma área do conhecimento que propõe o desenvolvimento da autonomia, do senso crítico, da cognição, da consciência corporal, das expressões de sentimentos e de vivências de forma interdisciplinar. Essa pode ser uma das formas de acesso à herança cultural da humanidade. Ela pode e deve incluir a participação das pessoas com deficiência (com autorização médica), a partir de uma proposta curricular adaptada e capaz de promover não somente a movimentação, mas principalmente a construção de regras e de valores como a solidariedade, o respeito e a convivência com as diferenças.

O Ginga Corpo e Cultura é parte integrante da grade de programação da TV Anísio Teixeira, Rede Anísio Teixeira SEC-Bahia, que contempla a área da Educação Física e os esportes, na perspectiva da cultura corporal.

O programa pretende contribuir para a divulgação científica e possibilitar maior visibilidade a pesquisadores e propostas inovadoras de relevância para a área de Educação Física bem como, valorizar toda prática da cultura corporal e esportiva produzida nas escolas públicas.

É um programa jornalístico, que trata das questões que envolvem elementos como a dança, os jogos, a recreação, o esporte e outras representações da cultura corporal como uma invenção sócio-histórica e cultural da humanidade.

Elzeni Bahia e Márcia Pereira
Educadoras da TV Anísio Teixeira – SEC-Ba/IAT/UCE
Coordenadoras do Programa Ginga: Corpo e Cultura
e-mails: elza_42@yahoo.com.br e márcia.biologia@yahoo.com.br
Tel: (71) 3116-9019

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

SÃO GONÇALO DOS CAMPOS - BA


Segundo fontes históricas, no início do século XVIII, apareceu uma imagem de São Gonçalo, num local chamado Campos da Cachoeira. Construíram, então, uma capela com o nome de São Gonçalo do Amarante, onde se formou um arraial de jesuítas e nativos.


Assim, tudo começou! A freguesia de São Gonçalo dos Campos da Cachoeira foi desmembrada do município de Cachoeira, em 1884, passando a chamar-se São Gonçalo dos Campos.


Banhada pelo Rio Jacuípe, São Gonçalo dos Campos é uma cidade que preserva um ambiente bucólico, exibindo praças de uma beleza exuberante. Antes, já foi considerada Cidade Jardim e também Cidade Saúde, uma vez que as pessoas com problemas respiratórios iam até lá buscar a cura de seus males, devido ao clima ameno e agradável.


Uma atração a mais dessa cidade é seu conjunto arquitetônico. As casas de características peculiares contam sua história. Nas fachadas, estão as indicações do ano em que foram construídas. Mas o antigo encontra-se com o novo. Casas modernas surgem modificando sua paisagem sem perder o charme.




São Gonçalo dos Campos é uma cidade lindíssima. É um passeio imperdível para os amantes da natureza e da riqueza arquitetônica. Está localizada no Recôncavo Baiano, bem próxima à capital, pouco mais de 100 km. Aproveitem a dica e boa viagem!



Jô Moraes
Educadora e Jornalista

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

PRÉ-PRODUÇÃO SÃO GONÇALO

Paróquia São Gonçalo do Amarante.São Gonçalo é especial. Sua arquitetura nos vai narrando as histórias que se fazem presentes nas bocas de cada são gonçalense. É lindo perceber a apropriação histórica de seus moradores. Cada um vai desvendando seus prédios, revivendo as datas marcadas em cada casarão, vai nomeando aquela que, trincada no Recôncavo, hoje sofre pela crise no mercado fumageiro, principal fonte de trabalho da população.

Paróquia São Gonçalo do Amarante.Interior da igreja.

Caminhar por ruas emolduradas por um paisagismo inspirado na jardinagem europeia, em especial da Suíça, São Gonçalo mais parece que insiste em resistir, mesmo sendo abocanhada por um mundo globalizado e, altamente, excludente. A Pace - ONG que através da arte-educação devolve à comunidade, com muita luta, sua história, suas artes, através dos griôs que formam - marca o que nem de longe se aproxima das épocas áureas que eles experimentaram, em outros tempos.

Secretaria Municipal. Escola Agripina.

Mercado Cultural. Praça da Bandeira.

São Gonçalo é a cidade da saúde. Seu clima tropical benefecia quem sofre de doenças respiratórias. Até D. Pedro veio se curar de uma tuberculose em nossa cidade. Você sabia disso? Indaga-nos, com um orgulho, que só quem mora lá há 60 anos pode manifestar. Desatam o novelo, tentando nos transportar para um período em que era chamada de Cidade Jardim. E, como jardim, vai emoldurando os caminhos, as ruas, as praças limpíssimas e também um trânsito enlouquecedor que parece nos lembrar que estamos no século XXI.

Prof. Edivaldo.ONG

Apesar de não ter uma companhia de teatro fixa, os palcos se notam em vários locais. Parecem nos dizer que a arte, lá, não se manifesta em espetáculos, mas em pílulas diárias. As fanfarras são motivo de orgulho. E mesmo percebendo as relações que se mantêm nas fábricas de produção de charutos, eu prefiro não me deter nessa imagem. Não por omissão. É preferência mesmo. Quero a poesia que ecoou num dia chuvoso conhecendo a cidade. Quero os sorrisos que se manifestaram através da generosidade de Marilene em nos apresentar o que ela chamou de roteiro. Vocês precisam conhecer minha cidade. Eu já tenho um roteiro prontinho. Fomos. Fomos, porque sabemos que a Bahia é assim.

Tabarama

Tabarama1 Tabarama
Claudia Pessoa
Educadora da TV AT

 
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