quarta-feira, 31 de março de 2010

PRÉ-PRODUÇÃO EM MARAGOJIPINHO

Foto: Peterson AzevedoFoto: Peterson AzevedoQuinta-feira, 25 de março. Atravessamos a Baía de Todos os Santos, percorremos quilômetros de estrada, sob raios e trovões (ai que medo!) e chegamos a Maragojipinho. Fica logo ali, um pouquinho depois de Nazaré das Farinhas. Na chegada, um lugarejo pacato, onde ainda se pode ter o privilégio de viver tranquilamente, longe dos burburinhos das grandes cidades. Caminhando um pouco mais, chegamos ao point do lugar – as olarias. Pequenas construções de palhas que mais parecem as antigas ocas indígenas. Aliás, segundo lendas transmitidas através de gerações, tudo começou com os índios, depois vieram os jesuítas e as primeiras olarias de telhas. Agora, dezenas delas produzem arte e são a razão de viver de seus habitantes.

Foto: Peterson AzevedoEstive em Maragojipinho, em 2004, e me encantei com tudo o que vi. Desta vez, tive a oportunidade de me re-encantar. O encanto é comum e natural, o re-encanto é mágico e prazeroso. Nossa guia – Bibi ou Eliane Santana, coincidentemente a mesma de 2004, foi muito receptiva, nos conduziu com maestria pelos cantos e esquinas daquele distrito. As peças produzidas pelos artesãos vão desde os populares porquinhos (aqueles cofrinhos, sabe?) até requintadas santas esculpidas aos moldes do legítimo estilo barroco. Muito lindo de se ver! Porém, o que é mais bonito mesmo é perceber como aquelas pessoas têm orgulho do seu ofício. A autoestima de Maragogipinho vive nas alturas. Da próxima vez, trago lembranças (algumas peças) de lá. Tarefa dificílima já que a vontade é de comprar tudo o que está exposto (desculpe, fraquezas do consumismo feminino).

Foto: Peterson AzevedoMaragojipinho é um exemplo da nossa Bahia Assim. Uma Bahia legítima que se orgulha das suas raízes e faz questão de mostrar suas tradições sem maquiagem. O artesanato que é feito lá é a arte da terra, a arte do barro, a arte do povo.

Jô Moraes.
P.S. Texto ilustrado com fotos de Peterson Azevedo.

MAIS DE JÔ:

quarta-feira, 24 de março de 2010

DO TEATRO PARA A TELEVISÃO

É muito comum um ator de teatro fazer sucesso na tevê. Afinal, o teatro pode ser considerado o pai da Televisão, não é mesmo? Mas se você pensa que é fácil, digo-lhe, agora, com toda convicção: não é!
Esse pensamento equivocado parte até mesmo daqueles que fazem ou fizeram teatro como eu. Na verdade, muitos o procuram justamente pensando em um dia ir para a TV, pois é lá que se tem “glamour”, prosperidade financeira, enfim, o almejado sucesso! E a pretensão de saber que, de uma certa forma, por dominar uma técnica, no caso a teatral, vai ser um trampolim, um facilitador, para ingressar no mundo televisivo, já traz em si uma dificuldade, que é a falta de humildade e a indisponibilidade total para aprender. O fato é que são técnicas diferentes, são linguagens totalmente diferentes. No teatro, nós aprendemos a expandir, a exagerar nas coisas, nos gestos, na articulação, na dicção e na expressão facial, por exemplo, enquanto que na televisão é tudo muito natural, normal, “pequeno”, como diz a professora Meire Moreno, com quem tive três dias de aula de Apresentação para TV, ou seja, um tanto diferente do teatro. Taí a dificuldade de alguns e a preferência de tantos outros para o Teatro, que consideram (concordo plenamente) uma arte completa, uma arte do aqui, agora. A presença do público e de companheiros de trabalho numa contracena, o bate-bola da equipe, a ausência de uma máquina que te desnuda, que te aumenta e te engorda, tem cá as suas vantagens! Certo numero de atores fazem TV com a simples intenção de, ao alcançarem a fama, o estrelato, poderem fazer seu teatro com mais conforto e dignidade, sem precisarem mendigar em tantos e tão difíceis editais culturais.


Então, se antes deste curso já admirava alguns atores que sabem fazer TV, hoje os admiro muito mais, quando vejo que conseguem fazer personagens totalmente diferentes uns dos outros, sem clichês, sem exageros vocais que as vezes se perdem com a sequência interminável de cenas, durantes tantos meses de gravação.

Particularmente, sempre quis fazer TV. Desde pequeninha, descobri que queria ser atriz, com uns seis ou sete anos, quando não perdia um só capitulo do Sitio do Pica-Pau Amarelo, e sonhava com a Emília e a Narizinho, querendo eu viver as aventuras que elas viviam. Mas o mundo dá voltas... me tornei professora, formada em Teatro pela UFBA e não Atriz, como sonhei quando criança. E foi justamente por esta formação que fui parar na televisão. A TV Anisio Teixeira entrou na minha vida por causa do teatro e estou hoje aprendendo que o fazer televisivo é diferente, porém tão instigante e emocionante quanto o teatro. Continuo fã dos dois e aprendendo com os dois, o pai Teatro e a filha televisão são meus maiores amores profissionais hoje em dia. E que venham os desafios e os calafrios!

Três Vivas ao Teatro baiano e à nova TV Anisio Teixeira!!!

Viviane Paraguaçu.

Mais de Viviane:
Fé Cênica (vídeo).

sexta-feira, 19 de março de 2010

Próxima atração: Almanaque Viramundo!


Próxima atração: Almanaque Viramundo!

Armando Alexandre Castro

Fusca, gramophone (com ph mesmo!), bola-de-gude, vídeo de celular, peixaria, picolé, Paripe, São João do Panelinha, pontos de cultura, bala (queimado, lembram?!) Parque de São Bartolomeu, rosa dos ventos, tropicália e o que mais ocorrer com sensibilidade, muita sensibilidade! Eis o convite. Próxima atração: Almanaque Viramundo!
Concebido pela TV Anísio Teixeira (IAT/SEC) é uma revista eletrônica de variedades dinâmica, procurando inovar a partir da experimentação estética, apresentando curiosidades ligadas às disciplinas escolares, perfis, depoimentos, informações e dados da educação e dos movimentos culturais da Bahia.
O programa colabora com a ampliação da noção de espaço educativo, conhecimento e saberes, inter-relacionando formas e conteúdos de diferentes disciplinas. Orientado pedagogicamente por uma equipe de educadores selecionados da rede estadual, Almanaque Viramundo é composto por 10 quadros e uma entrevista (é tão bom, tão bom que nem cansa, pode esperar!), apontando suas câmeras para pessoas, informações, reflexões e discussões sobre movimentos artísticos, obras de artes, desenvolvimento das ciências no mundo, realce de lugares inusitados, apresentando uma Bahia diversa, única, longe do que é mostrada no mercado massivo midiático.
Vamos a alguns dos quadros... Isso mesmo, apenas alguns por enquanto, fazendo valer a pirraça de aperitivo em seu momento prato principal. Bahia Assim procura valorizar as práticas culturais e econômicas de uma região, bairro, rua, como num percurso aventureiro pelas histórias - vividas e inventadas - do lugar. Questões referentes à diversidade linguística, tradição oral, patrimônio cultural material e imaterial, atividades econômicas e de costumes estarão presentes no passeio.
ArteFatos é um quadro que proporciona a apreciação de produções artísticas de forma criativa, contextualizada e interdisciplinar, sensibilizando e estimulando a leitura crítica de produções artísticas nas diversas linguagens. Inter e transdisciplinarmente, a idéia é estabelecer relações entre sons, imagens e cognição, fomentando a fruição e a produção dos educandos, dinamizando a arte/educação contemporânea.
Ambientado em computação gráfica, o De um Tudo é um interprograma que apresenta, dinâmica e ludicamente, curiosidades sobre as diversas áreas do conhecimento científico, privilegiando temas ainda pouco explorados na escola. Exemplos? A ausência de cordas vocais na girafa; pensar queima calorias, etc...
Da parte dos educadores do projeto TV Anísio Teixeira, é mais vontade que passarela de rodoviária com destino a shopping!

MAIS DE ARMANDO:
Seminário Economia da Música

quinta-feira, 18 de março de 2010

PETNOGRAFIA

Foto: Peterson AzevedoFoto: Peterson AzevedoObservação, oportunidade, sensibilidade, precisão: click! E lá foi ele pelas ilhas, de Maré e por aí, recriando o que de perto - para uns - é apenas Foto: Peterson Azevedotrivial. Em recortes, o que nunca mais será visto - não mesmo, pois outro será o instante - revela-se único e novo, um livro parcialmente em branco a ser completado pela emoção de quem sabe ver, de quem quer aprender...


Assim, Peterson (Petno, para nós), educador e geógrafo, sinaliza o que primeiro se deve ensinar: a ver!

Vejamos!

Geraldo Seara
P.S. Assista ao vídeo da pré-produção sobre Ilha de Maré | Veja mais sobre "petnografia" em Homo Audiovisualis | Assista ao Petnovídeo sobre o Fim do Mundo...

MAIS DE GERALDO:
Homo Audiovisualis
V Semcine
Inspirado pelo Bahia Assim
A quem interessar possa
Gravação de Anônimos: O sorriso de Seu Antônio (txt + vídeo)
Fé Cênica, making of (vídeo)
Curso de apresentação para tv (vídeo)
Pré-produção em Ilha de Maré (vídeo)
Participação no documentário OMNIBUS (vídeo)

quinta-feira, 11 de março de 2010

NÓS, MARCIANOS

Dizem que quem nasce em março é sensível demais, chora pelos cantos. Não se tem uma imagem lá muito forte desses seres. Mas, aqui na TV, esse é o mês de concentração. Quem voa, nasce em março. Voa tu, voa eu, voamos todos nós. Março de inquietudes e terremotos dá o pontapé para girar o mundo. É a festa de março abrindo o nosso verão. Um verão que dura mais do que uma estação, porque aqui fazemos dos nossos dias de trabalho um verão eternizado, com chuvas esparsas, mas sempre com um céu limpo, ao final do dia. E isso porque somos marcianos, sim. E em março também apareceremos naquela TV. Ela mesma, a TVE, porque acreditamos mesmo é em EDUCAÇÃO. Parabéns Jô, Márcia, eu e Nildson.

Claudia Pessoa
Educadora

Mais de Claudia:

terça-feira, 9 de março de 2010

CURSO DE MEIRE MORENO

Atenção! Silêncio! Gravando!

Ao ouvir esses três comandos, professores da TV AT e coordenadores do IAT que participavam da oficina para apresentador de TV de Meire Moreno, tremiam nas bases. O estresse do momento e a pouca intimidade com a câmera potencializaram nossas máscaras de tensão, nossos vícios diários, tornaram nossas vozes mais agudas ou mais graves, conforme o caso.

Titubeamos nos textos, vacilamos na postura, desmontamos antes do comando final. Durante os três dias de curso, tivemos a oportunidade de identificar nossas falhas, por meio de autoavalições e das considerações da nossa professora. Infelizmente, o tempo foi curto, só deu mesmo para percebermos que muita coisa precisa ser trabalhada para que possamos atuar bem direitinho em frente às câmeras. Mas já foi um começo.

Valeu, Meire!

Jô Moraes

Veja o vídeo do Curso de Apresentação:

MAIS DE JÔ:
Pré-produção Colonia JK
Mosqueteiros da TV
Pré-produção Ilha de Maré
Gravando para o Máquina
O Mestre Pinduca

MAIS VÍDEOS DE GERALDO:
Fé Cênica - o Making Of

segunda-feira, 1 de março de 2010

ARMANDO ALEXANDRE CASTRO NO SEMINÁRIO ECONOMIA DA MÚSICA

No último final-de-semana, participamos do Seminário Economia da Música, cujo objetivo maior era possibilitar um canal de comunicação entre os diversos segmentos da música, a fim de elaborar políticas públicas que favoreçam o desenvolvimento e a profissionalização do setor musical no estado. O seminário foi articulado pelo SEBRAE – BA e pela SECULT, representada, no primeiro dia, pelo Secretário Márcio Meirelles.
No evento, tornou-se possível observar o panorama atual da economia da música no Brasil, refletir sobre os caminhos até então percorridos, as perspectivas de desenvolvimento da indústria musical no país, bem como um estudo de mercado sobre a música independente. A temática envolveu o público e provocou diversos questionamentos que duraram quase a tarde inteira. E, nós, claro, estávamos por lá registrando e analisando todos os pontos abordados.
 
No dia seguinte, foram apresentados estudos de caso. Micael Hershmann (UFRJ) apresentou sua pesquisa LAPA: CIDADE DA MÚSICA e Oona Castro (Overmundo) trouxe-nos reflexões a cerca do Tecnobrega no Pará e as reinvenções do negócio da música nesse estado. E, por último, contamos com a apresentação do nosso colega Armando Alexandre Castro que falou a respeito da Organização da Produção Musical Soteropolitana e o Caso da Axé Music. As atividades foram encerradas às 15h. O evento contou com o apoio do Governo do Estado da Bahia, FUNARTE e Ministério da Cultura.
Assista, abaixo, a um pequeno trecho da apresentação de Armando Alexandre Castro:
 
Claudia Pessoa
Educadora
 
MAIS DE CLAUDIA:
Vamos botar nosso bloco na rua?
Lançamento do Piloto
A Rosa
Gravação Bahia Assim 3

PRÉ-PRODUÇÃO "ILHA DE MARÉ"

Foto: Peterson AzevedoNum processo de produção de audiovisual, a etapa da pré-produção significa planejar, apurar, pesquisar, escolher fontes, enfim desenvolver ações que irão possibilitar a realização do produto. Assim, estimulados por sentimentos desbravadores, desembarcamos na praia de Itamoabo, na Ilha de Maré, numa manhã ensolarada de dezembro. Nas bolsas, água, protetor solar e muita vontade de conhecer o local, conversar com seus habitantes, compreender suas labutas, ouvir suas queixas, aprender com suas vivências.

Subimos e descemos ladeiras. Escutamos mais do que falamos. Ficamos encantados com tanta simplicidade e simpatia com que fomos recebidos. Fotografamos e filmamos tudo, tentando guardar conosco, pelo menos, um pouquinho de tanta beleza e humildade. Aprendemos com os moradores de Itamoabo e Santana (duas das oito localidades que compõem a Ilha de Maré) como a vida é tão boa, quando simplesmente a vivemos, ainda mais, com o sol e o mar entrando pela porta de casa. Uma vida dessa não é pra todo mundo, mesmo!

Agora, vamos à produção!

Assista a um pequeno trecho da pré-produção (clique no triângulo 10 cm abaixo).


Jô Moraes
Educadora e Jornalista
P.S. A foto que acompanha o texto é de Peterson Azevedo e o vídeo é de Geraldo Seara. Clique nos nomes para ver mais.

MAIS DE JÔ:
Mosqueteiros da TV
O Mestre Pinduca
Curso de Meire Moreno
Pré-produção Ilha de Maré
Gravando para o Máquina
Pré-produção em Maragogipinho
Prá-produção na Colônia JK
 
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